Olá cupcakes! Hoje é dia de Challenge comigo e a Alê do blog Estante da Alê - os challenges mudaram e estamos um pouco mais ousadas: aumentamos os textos, aumentamos as palavras e estamos fazendo personagens inspiradas em cada mês. Agora estamos em junho e existe, ao menos, um personagem canceriano (a) nos nossos textos com características como lento(a) para iniciativas, engraçado (a), . Lembrando que o tema é Amizade 😉
Continue lendo!
Acordo assustada e desligo o despertador. Não acredito que estou atrasada para me trocar... Rebecca vai querer me matar quando vir que eu não cheguei para ajudá-la no casamento exatamente na hora que havia prometido.
Hoje é o dia mais temido para ela, pois é o dia que seu primo-que-ela-considera-irmão vai se casar e, não por acaso, também é o dia que a equipe de fotografia e filmagem dela foi contratada para deixar tudo mais perfeito e memorável, e, bem, por um outro acaso (ou não) do destino, eu faço parte dessa equipe. De qualquer forma, eu não deveria estar aqui falando e sim, no mínimo, a caminho do evento que será grandioso.
A Rebecca além de ser minha chefe é a minha melhor amiga e, também por isso, ela tem total liberdade de puxar minha orelha com meus atrasos que tem sido cada vez mais frequentes por causa do cachorrinho novo que apareceu perto de casa e bem... Desde que eu o adotei.
Deixo o café da manhã dele preparado, pego minha mochila e o tripé. Coloco a câmera, baterias extras e os pequenos refletores dentro da mochila e saio correndo para entrar no carro que chamei pelo aplicativo. A minha surpresa fica por conta do motorista que é lindo demais pra ser de verdade... Barba por fazer, pele ligeiramente bronzeada, um sorriso fácil, óculos de armação preta, olhos negros e um olhar que percorre e viaja longe, muito longe. Mas Deus do céu! Não posso me dar esse tipo de distração nesse momento...Apenas cumprimento o motorista que parece ter a minha idade e fico olhando pela janela, aguardando o destino chegar.
Hoje é o dia mais temido para ela, pois é o dia que seu primo-que-ela-considera-irmão vai se casar e, não por acaso, também é o dia que a equipe de fotografia e filmagem dela foi contratada para deixar tudo mais perfeito e memorável, e, bem, por um outro acaso (ou não) do destino, eu faço parte dessa equipe. De qualquer forma, eu não deveria estar aqui falando e sim, no mínimo, a caminho do evento que será grandioso.
A Rebecca além de ser minha chefe é a minha melhor amiga e, também por isso, ela tem total liberdade de puxar minha orelha com meus atrasos que tem sido cada vez mais frequentes por causa do cachorrinho novo que apareceu perto de casa e bem... Desde que eu o adotei.
Deixo o café da manhã dele preparado, pego minha mochila e o tripé. Coloco a câmera, baterias extras e os pequenos refletores dentro da mochila e saio correndo para entrar no carro que chamei pelo aplicativo. A minha surpresa fica por conta do motorista que é lindo demais pra ser de verdade... Barba por fazer, pele ligeiramente bronzeada, um sorriso fácil, óculos de armação preta, olhos negros e um olhar que percorre e viaja longe, muito longe. Mas Deus do céu! Não posso me dar esse tipo de distração nesse momento...Apenas cumprimento o motorista que parece ter a minha idade e fico olhando pela janela, aguardando o destino chegar.
— Desculpe, moça... Mas você é Maria Fernanda, filha da dona Teresa?
Jesus Cristo. Como ele sabe o nome da minha mãe? Específico demais... Ele não deve estar me lançando uma cantada ou me zuando, né? Como aquela da ... Seu nome é 'Tamara'? Porque você Tamaravilhosa... Não que não funcionaria com ele, mas...
— Er... Sou eu sim. Você me conhece?
Ai. Um pouco rude, mas...
— Claro. Você lembra de mim, Maria? É... Sou eu, o Pedrinho. Lembra?
Ai. Não. Pode. Ser.
— Pedrinho... O... Meu ex-namorado do ensino médio?
Mentira que ele está tão bonito assim! Eu era loucamente apaixonada por ele e olha que na época ele tinha muitas espinhas no rosto, usava óculos, um aparelho extrabucal por um tempo e não era considerado exatamente o tipo bonitão... Muito pelo contrário. E mesmo assim eu achava ele especial e bonito, sim, por que não?
Na época, ele usava camiseta de banda, calça jeans surrada e um tênis azul velho que a mãe dele vivia querendo jogar fora. Além disso ele tinha uma manchinha no rosto que não estava mais lá... Ele teve de ir embora, mudou de cidade com a família por problemas financeiros e achamos melhor terminar, nos dar oportunidades de sermos felizes com outras pessoas - outro ponto: concordava, mas eu queria ser feliz com ele. Não vem ao caso, mas depois eu não queria ficar com mais ninguém. Ele foi muito especial pra mim. Só que agora ele tá muito diferente e muito bonito. E eu deveria dizer que já imaginei ele entrando na igreja de blazer azul e barba feita e...
— Ele mesmo. — Ele me olhou nos olhos pelo retrovisor interno e sorriu. Tentei dar uma espiada em suas mãos, mas não consegui... Será que já tinha se casado? — Como vai? Aconteceram muitas coisas desde a última vez que nos vimos...
— Sim, Pedro... Eu... Acabei indo pra fotografia, acredita? Apesar de ter feito a faculdade de Direito que minha mãe tanto queria... Ainda consigo fazer algumas coisas no escritório dela, mas tô trabalhando com uma amiga. Inclusive hoje tem um casamento à noite e precisamos arrumar as coisas para dar tudo certo.
Ele pareceu inquieto por um momento, mas continuou sorrindo.
— Eu adorava cada foto que você tirava na época do colégio... Devem ficar ótimas, Maria. — Ele devaneou por um momento. — Eu tô fazendo bico de motorista, mas essa vida acaba semana que vem. Segunda-feira eu começo a trabalhar no Google... Acabei indo pro ramo da Tecnologia, como você desconfiava mesmo. — Ele me deu uma piscadinha. — Acho que chegamos, Maria. Mas... Foi... Foi muito bom te ver. Acho que tenho outra corrida pra ir...
Me inclinei para me despedir com um beijo na bochecha e ele ainda estava sorrindo quando partiu para sua corrida. Caraca... Google? Uau! Que bacana! Mas confesso que fiquei um pouco triste por não ter conseguido o telefone dele...
Na época, ele usava camiseta de banda, calça jeans surrada e um tênis azul velho que a mãe dele vivia querendo jogar fora. Além disso ele tinha uma manchinha no rosto que não estava mais lá... Ele teve de ir embora, mudou de cidade com a família por problemas financeiros e achamos melhor terminar, nos dar oportunidades de sermos felizes com outras pessoas - outro ponto: concordava, mas eu queria ser feliz com ele. Não vem ao caso, mas depois eu não queria ficar com mais ninguém. Ele foi muito especial pra mim. Só que agora ele tá muito diferente e muito bonito. E eu deveria dizer que já imaginei ele entrando na igreja de blazer azul e barba feita e...
— Ele mesmo. — Ele me olhou nos olhos pelo retrovisor interno e sorriu. Tentei dar uma espiada em suas mãos, mas não consegui... Será que já tinha se casado? — Como vai? Aconteceram muitas coisas desde a última vez que nos vimos...
— Sim, Pedro... Eu... Acabei indo pra fotografia, acredita? Apesar de ter feito a faculdade de Direito que minha mãe tanto queria... Ainda consigo fazer algumas coisas no escritório dela, mas tô trabalhando com uma amiga. Inclusive hoje tem um casamento à noite e precisamos arrumar as coisas para dar tudo certo.
Ele pareceu inquieto por um momento, mas continuou sorrindo.
— Eu adorava cada foto que você tirava na época do colégio... Devem ficar ótimas, Maria. — Ele devaneou por um momento. — Eu tô fazendo bico de motorista, mas essa vida acaba semana que vem. Segunda-feira eu começo a trabalhar no Google... Acabei indo pro ramo da Tecnologia, como você desconfiava mesmo. — Ele me deu uma piscadinha. — Acho que chegamos, Maria. Mas... Foi... Foi muito bom te ver. Acho que tenho outra corrida pra ir...
Me inclinei para me despedir com um beijo na bochecha e ele ainda estava sorrindo quando partiu para sua corrida. Caraca... Google? Uau! Que bacana! Mas confesso que fiquei um pouco triste por não ter conseguido o telefone dele...
— MARIA FERNANDA ROSALEZ! VOCÊ ESTÁ ATRASADA, QUER ME DEIXAR LOUCA, MULHER?
— Calma calma! Eu trouxe tudo, só me atrasei um pouquinho....
— UMA HORA?
— Desculpa, mas eu fiquei acordada até tarde com o Benjamin chorando... Não vai se repetir. Prometo.
— Tudo bem, dona Maria. — Rebecca bufou e revirou os olhos, me dando um abraço. — Você trouxe as anotações?
— Claro! — Abri a bolsa e procurei, mas senti meu sorriso murchar à medida que percebi o que havia acontecido. — Acho que esqueci no carro... Puxa...
— Veja no meu caderno as últimas anotações, então. É tudo o que temos agora e precisa dar certo. Ok?
— Claro! Vamos lá!
Trabalhamos em conjunto com a cerimonialista por mais nove horas, com quarenta minutos de descanso para o almoço. O dia voou e eu nem tive tempo de ficar pensando em Pedro muito tempo porque Rebecca me chamava de um lado a outro a todo momento até que que chegou a tão temida e ao mesmo tempo tão esperada hora: o casamento.
Dentre os vários cliques e refletores ajustados, eu acompanhava Rebecca para a iluminação perfeita para a entrada do noivo em cena. Ele estava parecendo um mocinho dos livros que eu lia, de blazer preto, brilho nos olhos e cabelos alinhados, com um riso nervoso e ansioso ao mesmo tempo. Ele caminhava devagar, de braços dados com os pais, em direção ao altar no meio de um pôr-do-sol como pano de fundo. A brisa passava desajeitando os cabelos das convidadas e dava um ar completamente mágico para cada clique, eu simplesmente tinha a certeza disso. Em meio a ajuda de um vestido que quase se prendeu no tapete e quase causou o acidente com uma madrinha, eu percebi que um dos jovens que acompanhava a avó de Eduardo, o noivo, era o Pedro.
E aí eu entendi porque ele pareceu ligeiramente estranho quando me levou para aquele lugar, horas antes. Porque ele era não só o convidado, mas um dos PADRINHOS! E a minha ficha caiu, mas tive que trabalhá-la rapidamente e continuar trabalhando durante a cerimônia inteira, até metade da festa, que foi onde consegui mais um tempinho para jantar. Fiquei procurando por Pedro, mas ele não estava por ali. Roubei um brigadeiro da mesa de doces e quando me virei, tomei um susto.
— JESUS, MARIA, JOSÉ.
— É só o Pedro, Maria... - Ele sorriu e ajeitou os óculos. — Tá tudo bem? Senta aqui, linda...
Ele puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.
— É só... Que é muito estranho te ver assim... De repente e do nada.
Olhei para suas mãos esguias, de unhas roídas que agora estavam lixadas, sem alianças, que estavam cruzadas em sua barriga.
— Eu sei... Mas eu não podia te falar aquela hora. Eu só acho que a gente tem muito a conversar, Maria... Eu sei que nossos laços se perderam durante esses anos todos, mas... Eu gostaria muito de poder te ver outra vez.
Sua mão pousou em minha bochecha de uma forma tão cuidadosa e delicada que me lembrei como era fácil e simples sentir um sorriso se formar em minha boca.
— MARIA FERNANDA!!!!!
— JÁ VOU!!!!!
Rebecca estragando meu momento...
— Desculpe, Pedro... Tenho que ir.
— Não tem problema, Maria. — Ele depositou um beijo em minha bochecha e mordeu o lábio olhando pra mim. — A gente se vê.
E tive que ir embora para ajudar minha amiga.
Só quando me levantei foi que percebi que ele tinha deixado um bilhete e seu número em minhas mãos. Uma fagulha de esperança se acendeu em meu peito e a noite parecia, agora, muito mais iluminada.
Dentre os vários cliques e refletores ajustados, eu acompanhava Rebecca para a iluminação perfeita para a entrada do noivo em cena. Ele estava parecendo um mocinho dos livros que eu lia, de blazer preto, brilho nos olhos e cabelos alinhados, com um riso nervoso e ansioso ao mesmo tempo. Ele caminhava devagar, de braços dados com os pais, em direção ao altar no meio de um pôr-do-sol como pano de fundo. A brisa passava desajeitando os cabelos das convidadas e dava um ar completamente mágico para cada clique, eu simplesmente tinha a certeza disso. Em meio a ajuda de um vestido que quase se prendeu no tapete e quase causou o acidente com uma madrinha, eu percebi que um dos jovens que acompanhava a avó de Eduardo, o noivo, era o Pedro.
E aí eu entendi porque ele pareceu ligeiramente estranho quando me levou para aquele lugar, horas antes. Porque ele era não só o convidado, mas um dos PADRINHOS! E a minha ficha caiu, mas tive que trabalhá-la rapidamente e continuar trabalhando durante a cerimônia inteira, até metade da festa, que foi onde consegui mais um tempinho para jantar. Fiquei procurando por Pedro, mas ele não estava por ali. Roubei um brigadeiro da mesa de doces e quando me virei, tomei um susto.
— JESUS, MARIA, JOSÉ.
— É só o Pedro, Maria... - Ele sorriu e ajeitou os óculos. — Tá tudo bem? Senta aqui, linda...
Ele puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.
— É só... Que é muito estranho te ver assim... De repente e do nada.
Olhei para suas mãos esguias, de unhas roídas que agora estavam lixadas, sem alianças, que estavam cruzadas em sua barriga.
— Eu sei... Mas eu não podia te falar aquela hora. Eu só acho que a gente tem muito a conversar, Maria... Eu sei que nossos laços se perderam durante esses anos todos, mas... Eu gostaria muito de poder te ver outra vez.
Sua mão pousou em minha bochecha de uma forma tão cuidadosa e delicada que me lembrei como era fácil e simples sentir um sorriso se formar em minha boca.
— MARIA FERNANDA!!!!!
— JÁ VOU!!!!!
Rebecca estragando meu momento...
— Desculpe, Pedro... Tenho que ir.
— Não tem problema, Maria. — Ele depositou um beijo em minha bochecha e mordeu o lábio olhando pra mim. — A gente se vê.
E tive que ir embora para ajudar minha amiga.
Só quando me levantei foi que percebi que ele tinha deixado um bilhete e seu número em minhas mãos. Uma fagulha de esperança se acendeu em meu peito e a noite parecia, agora, muito mais iluminada.
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13 Comentários
Gostei do conto, você escreve super bem.
ResponderExcluirAliás, facilmente seus contos poderiam virar um livro *-*
Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥
☆ Tem post novo e seria ótimo se você clicasse em um dos links azuis do texto para conhecer a parceira do blog>> SALE de Inverno
Obrigada Leslie!!!
ExcluirJá vamos programar o Words Challenge do ano que vem, hein? Porque são textos assim que me fazem ter orgulho desse projeto que criamos.
ResponderExcluirEsse Pedro... Queria ver qual mensagem a Maria Fernanda iria mandar... *-*
beeeeijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
AAAAH, que lindeza <3333
ExcluirOi, Pamzinha!
ResponderExcluirSe empolgou com a história! Hahaha e eu também, adorei, fiquei toda boba aqui com a história e o reencontro deles, já queria saber mais, como foi depois, se eles iam se ver de novo, torcendo já pelo casal haha
xx Carol
https://caverna-literaria.blogspot.com/
HEHEHEHEHEHEH
Excluirescrevi demais kkkk
Beautiful.
ResponderExcluirQue canceriano que nunca se atrasou pros compromissos porque estava, simplesmente, fazendo o que gosta? hahahaha
ResponderExcluirA história de Maria e Pedro parece, assim, aqueles capítulos de reviravolta, nos romances; como se toda a história do relacionamento anterior estivesse 250 páginas atrás e, agora, faltando umas 80 pra terminar, acontece isso e a gente devora o livro atéééé às 2 da manhã pra acabar logo ^^
Beeijos, Pam, adorei o challegenge mais uma vez
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BOAAAA LINCOLN!!!!!
Excluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
bem por aí ... tem uma história que aconteceu,né?
HMMMMMMMMMMMMM
o que será que foi??
Beijos e obrigada!
OI Pâm, eu adoro cegar aqui em dia de challenge. Adorei o conto e já fico imaginando o que aconteceu depois da cerimônia.
ResponderExcluirbeijos
Chris
Inventando com a Mamãe / Instagram / Facebook
Obrigada Chris <3
ExcluirOi Pam,
ResponderExcluirque texto bacana! Facilmente leria um livro com Maria Fernanda, já quero saber tudo dela.
Acho muito corajoso esse desafio.
bjs,
Lali
https://tear-de-informacoes.blogspot.com/
Que delícia, Lais!
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